terça-feira, fevereiro 28, 2006


VAMOS CRIAR A
FECO - PORTUGAL?




Preliminar

Andam lá fora uns a tirar a máscara, outros a pôr. Porque hoje é dia de Carnaval.
Andam a viver o (em) humor, dizem (pensam) eles.
E amanhã já é quarta-feira de cinzas. Das cinzas dos humores que hoje ardem ao rubro numa esquizofrenia estranha de quem tem apenas o dia de hoje para se divertir. Para se evadir.

Amanhã, quarta-feira de cinzas, recomeça o nosso trabalho, o trabalho dos humoristas que gozam o outro carnaval, aquele que dura 365 dias. Aquele cujas máscaras desenhamos e publicamos não essencialmente com o sentido da diversão, não propriamente com o sentido da evasão, antes sim com a preocupação do alerta, de consciencialização, da denúncia.

Hoje, para nós, desenhadores de máscaras, é dia de reflexão. Por isso, hoje, o assunto que segue.


O assunto

Desde há uns pares de anos, temos sido eu e o Varela os portugueses que mais regularmente têm participado no Encontro Iberoamericano de Caricaturistas de Alcalá de Henares (Madrid). Outras presenças mais ou menos regulares: Ferreira dos Santos e Osvaldo de Sousa. Também por lá passou (creio que um só ano) o Ricardo Galvão. Idem, o António. E salvo erro o Rui Pimentel.

Em consequência dessa regularidade, o Varela e eu temos conversado ao longo dos últimos anos com o Harca, nosso colega de Valência, Presidente da FECO - Federation of European Cartoonists' Organizations. Conversado acerca da eventual criação da FECO - PORTUGAL.


Porquê só agora?

Durante alguns anos, o Encontro de Alcalá de Henares foi sendo palco da tentativa de criação de uma coisa que se chamaria ONUH - Organização das Nações Unidas pelo Humor. Projecto interessante, cuja dimensão abraçava o Mundo. Mas não se concretizou. Talvez porque a sua dimensão fosse desmedida, talvez porque visasse congregar profissionais geograficamente muito afastados, talvez porque fosse um projecto que só se discutia de ano a ano.

A seguir, salvo erro há dois anos, aqui em Portugal, no seio do Festival de Banda Desenhada da Amadora, nasceu a ideia de uma associação que englobasse autores de Banda Desenhada, ilustradores, Caricaturistas e profissionais da Animação. Chegou a eleger-se, em plenário, uma comissão instaladora, abriu-se um forum na internet onde se discutiu bastante, mas também esse processo sossobrou.

Portanto, está o "terreno" de novo livre para nova sementeira.


Porquê, já agora?

Nunca é demasiado cedo para criar uma associação de classe. E, nos tempos que correm, existem "exércitos" apostados no extermínio da Caricatura, se não dos caricaturistas. E nós, frágeis na solidão do nosso cantinho, assistimos estupefactos, impotentes, ao avassalar da histeria. E assistimos à progressão esmagadora da concentração dos média, à invasão de material estrangeiro (de agência) pronto a ser editado por preço irrisório sem qualquer mecanismo de acautelamento do interesse dos autores nacionais (como existe, por exemplo, para a música).


Como?

O Varela e eu, que muito temos conversado sobre isto, entre nós e com o Harca, estamos cada vez mais convictos de que uma solução associativa concretizável e eficaz será criarmos um projecto que evite os problemas das anteriores tentativas: dispersão geográfica e demasiada abrangência. Assim, focalizaríamos o nosso esforço sobre uma classe restrita (caricaturistas/cartoonistas) de Portugal.


Porquê a FECO?

Ao criarmos a FECO - PORTUGAL, teríamos, por um lado, uma associação funcional pela sua leveza organizativa, mas por outro lado com dimensão internacional enquanto membro da Federação.


Vamos ao diálogo?

Segundo os estatutos da FECO, para criar a FECO - PORTUGAL é necessário um mínimo de 10 caricaturistas. O Varela e eu já reunimos esclarecimentos e documentação acerca deste processo (com a ajuda preciosa do Harca), que aqui divulgaremos a pouco e pouco.

Convida-se os colegas a pronunciarem-se em comentário, que será de imediato aqui colocado em "post". Para colocar comentário, basta clicar na linha seguinte, sobre a palavra comments.

Zé Oliveira



3 comentários:

Alvaro disse...

Olá Zé Oliveira.

A minha posição perante este objectivo continua a ser a que já conheces. Estou interessado e sempre disponível para com todos os interessados nos encontrarmos e planearmos as coisas.

Até breve.

Anónimo disse...

Podes por mais um na lista. Estamos a precisar de iniciativas destas. O cartoonista/caricaturista é uma profissão de risco. Vamos avançar com a FECO(o nome é horrível!).

Toonman disse...

eu alinho, claro!