domingo, agosto 31, 2008

Tenha uma caricatura!
Todas as semanas Buraco da Fechadura oferece uma caricatura grátis assinada por Zé Oliveira. Tenha a sua! Como?

Assim:

1 - Visite dois anúncios Google deste blog (ali mesmo em cima);
2 - Copie em cada anúncio uma frase completa de 5 palavras ou mais;
3 - Responda à Pergunta do Buraco (já aqui em baixo);
4 - Mande as duas frases e a resposta até às 24h00 de sábado para:

(tem de teclar este endereço);
Pergunta do Buraco: "Qual foi o caricaturista português que teve de se exilar em Madrid por causa de uma caricatura que publicou?"

O vencedor
O vencedor da semana passada é do Brasil, um brincalhão que ainda não mandou as fotos (creio que por uma questão de pudor).



Gon na televisão
Gonçalo Pedro (Gon nos desenhos) esteve há dois dias na TVI no programa do Goucha mostrando algumas das suas caricaturas.
Gon é um dos elementos fundadores da FECO-Portugal, associação de Caricaturistas em fase de legalização.
Para ver esse excerto do programa, clicar em: http://www.youtube.com/watch?v=wjOImiFrp58
Buraco da Fechadura visto do Equador
Bonil, que é (cito da net) "uno de los mejores caricaturistas del Ecuador", olhou para o espelho e escreveu no seu blog palavras a meu respeito que lhe assentam a ele que nem uma luva, não a mim. Contudo, aqui vão as palavras dele:

Nuestro querido amigo y colega Zé Oliveira, gran caricaturista portugués, ofrece en su blog Buraco da Fechadura hacer una caricatura personal gratis. Claro, hay que cumplir ciertas condiciones que son muy sencillas y uno se convierte en candidato a recibir una caricatura personal del gran Zé Oliveira.

Zé, a más de ser un gran humorista gráfico es un extraordinario tipo a quien conocí en Alcalá de Henares durante la "Fiesta del Humor" en octubre del año pasado. Con un gran sentido del humor, de la picardía, uno rápidamente siente como si estuviese con un amigo de muchos años. Aquí presento una foto con él.




y tres caricaturas que me hizo en aquel encuentro.

La última (y la tercera) fue hecha sobre el tapete que se pone en las mesas, en este caso de un restaurante que se me escapa el nombre.

Parecería que me cogió cansado de tanto posar, pero la verdad es que yo ni me había dado cuenta que me estaba dibujando, lo cual es peor pues significa... que así mismo soy.

Modéstia?

Chegado a esta altura (cá bem em baixo no post...) caber-me-ia dizer que tenho muito mais pequena estatura do que aquela que o Bonil me atribui. Mas parece-me preferível (se não para interesse geral, pelo menos para interesse meu...) considerar que se ele o disse, lá terá as suas razões (no mínimo, ficou proprietário de três tentativas de caricatura pelas quais nada cobrei...).

As regras da retribuição

Mas é das regras destas coisas (que em boa verdade não costumam ter regras...) que a gente retribua a gentileza. E então, cá vai: "el trabajo de uno de los mejores caricaturistas del Ecuador" pode ser apreciado em http://bonilperiodismo.blogspot.com/. E traduzo a primeira frase da canção que dá fundo musical "à coisa": "Não sei quem vai mais longe, a montanha ou o caranguejo".

Abraço para ti, Bonil!!

Zé Oliveira

domingo, agosto 24, 2008

Bilhete Postal do Varella
Para o Varella
Oh Varela, lembras-te quando há dois ou três anos estávamos cá em casa a desfolhar a minha colecção do Miau de Angola e tu dizias que uma vez em que tinhas vindo do teu aquartelamento no mato até Luanda aproveitaste para visitar a Neográfica, onde se imprimia a revista Notícia que publicava semanalmente nesses idos de 1966 uma BD de tua autoria? E dizias tu: "estavam os gajos a preparar o Miau para imprimir, havia um buraco na página 2 e um deles disse-me assim: 'Tu és desenhador, não és? Não queres fazer um desenho para tapar este buraco?'"
Contavas-me tu que desenhaste um cartoon num instante, à medida do buraco. E que assinaste com o pseudónimo Eneias. E escreveste isto, para eu ver como era a assinatura: Pois bem, não nos lembrámos naquela altura que o Posto de Transformação de onde vem a electricidade aqui para casa é o nº 127. E que o único carro novo que comprei até hoje foi um Fiat 127. Portanto, e considerando que a lógica é uma batata, fazia todo o sentido que tivéssemos procurado por esse teu desenho no Miau nº 127. Mas não nos lembrámos!... Por isso não encontrámos o teu desenho. Que está efectivamente no nº 127 do Miau, com data de 14 de Dezembro de 1966. Mas está assinado Varella! Não está assinado Eneias! Ora vê:
Portanto, resta-nos agora descobrir onde raio publicavas desenhos assinados com Eneias!...

Cá vai um abraço do
Zé Oliveira

sábado, agosto 23, 2008

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Centenário no Chile
Revista El Peneca

Jaime Huerta é o editor do vídeo com link abaixo.

Ele é também o animador da criação da FecoChile (associação chilena de caricaturistas). Aquela e a Feco-Portugal são as duas associações mais recentes da FEderation of Cartoonists Organisations. Ressalve-se que a Feco portuguesa está ainda na fase de legalização, aguardando neste momento que lhe seja autorizada a utilização do nome.

Clique então nas linhas a seguir, para aceder ao centenário de El Peneca.

A capa de El Peneca (acima) é de "Memorial Chileno", portal de la cultura de Chile

quarta-feira, agosto 20, 2008


Tomy expõe em Istambul

Tomy acaba de regressar a Cuba, depois de ter estado em Istambul fazendo parte do Júri do Concurso Internacional de caricatura "Nasreddin Hoca". Do mesmo júri faziam parte um chinês, um brasileiro, um italiano, um coreano e sete turcos.

Tomy entre companheiros de risco
"Foi uma experiência inesquecível, é uma cidade maravilhosa, com uma cultura milenar", confidenciou Tomy a Buraco da Fechadura.

Tomy na sua exposição

Na mesma altura, o habitual colaborador de Buraco da Fechadura inaugurou uma sua exposição dos seus cartoons na Associação de Caricaturistas Turcos.

"Sangue na Picada"
Próximo Domingo em Alcobaça

Foi cartoonista e jornalista.
Viveu a experiência da Guerra Colonial em Angola e conta "tudo" no seu livro "Sangue na Picada".

No próximo Domingo estará em Alcobaça para uma sessão de autógrafos.
Para saber horas e local, visitar o blog do autor em http://travessadoferreira.blogspot.com

Aqui em baixo contamos mais sobre o autor e o livro.

terça-feira, agosto 19, 2008

Cartoonista > Chefe de Redacção do DN > Escritor
Já foi Rico e agora publica
livro sobre a Guerra Colonial

Começando pelo fim da história:
Andavam por aí os investigadores destas matérias a tentar descobrir a quem pertencia a assinatura "Rico", que rubricara centenas de cartoons semeados pelas páginas de várias publicações, mas o mistério apresentava-se mais difícil de solucionar do que identificar o Zorro que assina Z!.
Mas os manuais policiais dizem que todo o criminoso tem o seu momento de deslize.
Clique nos desenhos para ampliar


Quando tomei conhecimento de que tinha saído um livro de ficção-quase-realidade sobre a Guerra Colonial de Angola, corri a comprá-lo. Das suas características falo mais abaixo, mas para já adianto que Antunes Ferreira - o autor do livro - cometeu o tal deslize fatal de incluir no curriculum (na badana) o seu passado como cartoonista.

Contactado por e-mail, fechou-se em copas; que é como quem diz: moita carrasco. À pergunta "Cartoonista, quem és tu", respondeu nada. Devido a falha técnica, não é possível ampliar. Se a quiser ver maior, consulte http://lumege.blogspot.com


Cheguei a admitir que ele fosse o igualmente misterioso Ferra (fazia sentido que um Ferreira assinasse Ferra; e são contemporâneos). Mas depois, como o Antunes Ferreira também se chama Henrique, admiti que pudesse ser ele o Rico.

E atirei-lhe uma casca de banana: como descobri uma caricatura dele (num grande desenho de duas páginas do "Lacrau" que continha 15 caricaturados da autoria do Nando criador do Zé da Fisga, Nando que também aparece no grande desenho mas em fotografia e com um balão a referir-se ao Rico) remontei a foto do Nando e a caricatura do Antunes Ferreira, eliminando todo o restante conteúdo da página dupla. Publiquei-a em http://lumege.blogspot.com. E o Antunes Ferreira correspondeu à insinuação, confessando ser ele o Rico.

Afinal, isto já é regra! Os Ricos não gostam que se saiba que o são!


Os dois lados da guerra

Aqui está um livro que li de fio a pavio. Constituído por um conjunto de contos (relatos?) de meia dúzia de páginas cada, é, como diz Joaquim Vieira, "uma curiosa combinação de ficção e testemunho, deixando ao leitor, se o entender necessário, a tarefa de destrinçar uma coisa e outra".

Sem rodeios de linguagem ou enredo, estes mais de trinta textos poderiam ser relatos verídicos de episódios ocorridos, porque os houve tal e qual assim, repetidos, entre 1961 e 1974. Mas Antunes Ferreira não chega a chocar-nos com as notas de realismo que imprime à prosa, porque sabe "cortar os planos" a tempo. Ou intercalar notas de humor que desdramatizam no momento certo.


Aliás, só a meio do livro é que me dei conta de estar perante um jornalista que também passara pela carreira de autor de desenhos de humor e textos satíricos.

É certo que não li muitos livros de ficção sob o tema guerra colonial. Mas já li alguns (inclusivé um em original, por sinal muito bom), e é a primeira vez que me deparo com relatos que ficcionam os dois lados do conflito bélico. E com uma verosimilhança tal, que ficamos finalmente a conhecer, tantos anos depois, como funcionava "o outro lado".Escreveria muito mais, mas contenho-me. Porque sei que, neste género de suporte, "ninguém" lê postagens longas. E eu quero que me leiam esta prosa. Para que leiam o livro e o recomendem.

Acrescento, em abono da minha isenção, que não conheço pessoalmente o autor.

sábado, agosto 16, 2008

...vir ver os bonecos
A meio da tarde de hoje, embora fossem diminutas as espreitadelas portuguesas aqui ao Buraco, havia visitas de Espanha, França, Estados Unidos e - pasmem! - Arábia Saudita, Coreia, Índia e China.

Da China, devem ter sido os Selviços Secletos a investigar se havia por aqui alguma piada de mau gosto acerca do caraok musical de abertura, do fogo de artifictício também de abertura, ou mesmo acerca daquele bacalhau sueco que foi ao pódio para cuspir na sopa (leia-se mandar a medalha para as urtigas).

Os da Arábia Saudita, Coreia e Índia... devem ter vindo ver os bonecos! E fizeram muito bem!

sexta-feira, agosto 15, 2008

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Tertúlia BD de Lisboa
Diplomado pelo Geraldes Lino
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Calhou-me a mim, na primeira Terça de Agosto, a homenagem que o Geraldes Lino presta mensalmente, no Parque Mayer, a um autor de Banda Desenhada.

Se é certo que não considero que o trabalho que desenvolvo no mundo gráfico seja essencialmente de BD, reconheço que com alguma frequência recorro à narrativa sequencial para elaborar um cartoon. Isto é: não raro, os meus cartoons são curtas histórias contadas em duas vinhetas ou mais, por vezes meia dúzia. E por aí me tenho ficado.

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Foi meu companheiro de viagem, desde Leiria, o excelente cartoonista Mário Teixeira, que em plena tertúlia lançou um "Comic Jam" - uma história de BD criada colectivamente sob total improviso - que me tinha a mim como desgraçado protagonista, tendo-lhe cabido a ele o arranque da prancha e a mim o encerramento. Desenhei o The end como pude (mal e porcamente), com o constrangimento de estar a jogar em causa própria e de me ver cheio de vontade de meter rodas ao cominho do regresso. Porque a minha capital de Portugal é Leiria.

Uma BD qualquer dia ou nunca

Confessando o meu fascínio pela nona arte, não nego que volta e meia me assalta a vontade de avançar para uma história de várias pranchas. E tenho, inclusivamente, esboçado mentalmente as linhas gerais do que poderia ser uma ou outra história. Umas, imagino-as em linha clássica; outras, em registo cómico. Enfim, quem me conhece sabe que tenho esta característica (mais defeito do que qualidade) de me repartir por mil actividades, por mil e uma características, por mil e duas dúvidas. E fiquemos assim: não rejeito nem prometo uma história de BD para um dia destes; ou para nunca.





Numa perspectiva de que estas tertúlias podem extravasar para além do universo de cultores e servir também para angariação de novos entusiastas ou remoçamento de entusiasmos adormecidos, convidei dois companheiros que tive na guerra colonial: o Fernando Hipólito e o Abílio Henriques. Foram ambos interlocutores incansáveis com o Zé Manel, cujos desenhos no Jornal do Exército muito lhes suavizaram os longos dias do leste de Angola. Lembro-me de, há 40 anos, o Fernando Hipólito me confessar a sua grande admiração para com o virtuosismo do traço e do humor de Zé Manel. Admiração que eu partilhava e mantenho.



A minha primeira vez

Era a primeira vez que participava na tertúlia do Lino, não obstante esta já ser a nº 288. E tudo suplantou a minha expectativa! A começar pelo número de participantes, que atingiu a meia centena, não obstante estarmos em pleno mês de êxodo lisboeta e de eu ser completamente desconhecido (creio...) da maioria dos aficionados de BD.




Aqui está o diplomante (de bigode) e o diplomado (de cabelo no ar)



Dá cá Diploma, toma lá Caricatura


A organização, simples, foi muito eficaz e dinâmica. Enquanto se ia jantando, o Geraldes Lino distribuía fanzines e folhas volantes recheadas de material vinculado ao tema. E nessa linha de distribuição entrou o fanzine autobiográfico que preparei, editado mediante preço de favor da loja Copiola, de Leiria.



As amabilidades do Geraldes Lino foram retribuídas com esta caricatura que lhe ofereci.

Para ler o manuscrito sem estragar a vista, o melhor é clicar sobre o desenho



Como se sai disto?
Quando me coube dizer duas tretas, falei da situação difícil que atravessa a Caricatura portuguesa, designadamente da tentativa de esvaziamento da sua força crítica. Criou-se algum diálogo com os tertulianos, do qual retenho uma pergunta: "como é que se sai disto?" Como sou fraquíssimo na cozinha, não adiantei nenhuma receita milagrosa. Mas debitei umas considerações acerca da necessidade de as gerações mais jovens tentarem encontrar soluções que nos proporcionem uma imprensa de conteúdos mais sólidos ("de Conteúdos", como, tout court, dizia um tertuliano), também no humor.


Zé Oliveira

segunda-feira, agosto 04, 2008

Homenageado da Tertúlia BD de Lisboa:
Zé Oliveira"Tem por nome completo José Freire de Oliveira, e nasceu a 11 de Janeiro de 1946 em Cavadinha, freguesia de Urqueira, Ourém.

Publicou os seus primeiros desenhos satíricos na página dos Leitores da revista de banda desenhada Zorro, editado entre 1962 e 1966. A partir daí, o seu nome aparece nos mais diversos jornais e revistas: Ridículos, Flama, Barraca, Brincalhão, Magazine, Pé de Cabra, Chucha, Caixa Aberta, Região de Leiria.

Neste semanário, além de ter publicado cartunes e tiras de banda desenhada, foi também redactor, visto ter a carteira de jornalista. Que lhe serve, como ele próprio diz, "para escrever coisas sérias e assim conseguir ter boa reputação junto dos vizinhos".

Coordenou, em conjunto com Osvaldo de Sousa, um mensário humorístico chamado BronKit.

Zé Oliveira é homenageado pela tertúlia BD de Lisboa pelo facto de o conjunto da sua obra, especialmente dedicada ao Cartune e à Caricatura, também abarcar, significativamente, a Banda Desenhada".

Este texto de apresentação é transcrito do http://divulgandobd.blogspot.com, com direcção de Geraldes Lino, o criador da Tertúlia BD de Lisboa, onde aparece ilustrado (e cito de novo) "por três tiras de banda desenhada, sob o espírito do cartune (as ferroadas políticas, datadas e apenas compreensíveis para uma determinada área de leitores mais a par dos acontecimentos), pertence à obra Os olhos em bico, editada em álbum formato italiano, ao baixo, em 1997".