Caricaturas: mais episódios
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Portugal O debate na Assembleia da República de Portugal, sobre a interpelação ao Governo feita pelo CDS-PP acerca do problema das caricaturas publicadas na Dinamarca, está marcado para 2 de Março, ficando apenas dependente da confirmação da disponibilidade do ministro dos Negócios Estrangeiros, Diogo Freitas do Amaral. O deputado democrata-cristão, Nuno Melo, voltou a criticar o chefe da diplomacia portuguesa, por ter omitido a condenação à violência e solidariedade à Dinamarca, num comunicado que divulgou na passada terça-feira. Em concordância com Nuno Melo, do PP, também os outros partidos da oposição e alguns deputados do PS, nomeadamente Henrique Freitas, criticaram Freitas do Amaral.
Recordamos que Freitas do Amaral, agora ministro dos Negócios Estrangeiros do Partido Socialista, já foi líder do CDS.
União Europeia «A liberdade de expressão não é negociável», sublinhou Durão Barroso, presidente da Comissão Europeia, no início do debate parlamentar em Estrasburgo, esta quarta-feira, quando os eurodeputados discutiram uma resolução condenando a violência a propósito da publicação de caricaturas do profeta. Os deputados europeus defendem que a liberdade de expressão é um «valor fundamental» da União Europeia (UE) mas que esta deve ser exercida com «responsabilidade pessoal» e respeitando os «direitos e sensibilidades» de todos. Na posição política que se prepara para tomar, a Assembleia de Estrasburgo, expressa também o seu respeito por aqueles que se sentiram ofendidos pelas caricaturas mas sublinha que qualquer ressarcimento deve ser pedido através dos tribunais.
Gunter Grass, Nobel de Literatura, considera que as caricaturas da recente polémica são semelhantes aos desenhos anti-semitas publicados na Alemanha nazi.
«Aconselho que todos observem esses desenhos: eles recordam os publicados num célebre jornal alemão da época nazi, Der Sturmer. Este jornal publicava caricaturas anti-semitas do mesmo estilo», afirma o escritor alemão em entrevista à revista Visão.
Segundo Gunter Grass, o jornal dinamarquês que publicou as caricaturas fê-lo como «uma provocação deliberada». E acha que as publicaram "porque são radicais de extrema-direita e xenófobos», afirmou Grass, de 78 anos, à revista.
Paquistão Dezenas de milhares de pessoas marcharam hoje em Karachi (Paquistão) entoando a palavra de ordem "Deus é grande" ostilizando a publicação de caricaturas. Os manifestantes incendiaram bonecos retratando o primeiro-ministro da Dinamarca e queimaram bandeiras dinamarquesas, praguejando: "Que a maldição de Deus recaia sobre aqueles que insultaram o profeta".
Cerca de 5.000 agentes policiais controlaram a manifestação, que reuniu 40.000 pessoas.
O protesto foi pacífico, mas um dia antes, em protestos idênticos, morreram três pessoas no país.
Iemen Milhares de pessoas manifestaram-se ontem em Sanaa, capital do Iemen, protestando contra a publicação das caricaturas.
Os manifestantes, dirigidos por líderes religiosos islâmicos, bloquearam o trânsito nas principais ruas da capital, queimaram bandeiras dinamarquesas e pediram o boicote aos produtos europeus, em especial dinamarqueses.
Paquistão Duas pessoas morreram e 45 ficaram feridas nesta quarta-feira, no Paquistão, em mais uma violenta manifestação contra a publicação dos cartoons. Entre os mortos está um menino de oito anos, que foi atingido por um tiro no rosto, em Ganj, zona densamente povoada de Peshawar.
Um restaurante da cadeia norte-americana Kentucky Fried Chicken (KFC) e cinemas de Peshawar foram incendiados.
sexta-feira, fevereiro 17, 2006
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