Carlos Amor nasceu em África, no Congo ex-Belga, filho de um casal português estabelecido em Koquilhateville, cidade situada mesmo na linha do Equador; actualmente denomina-se Mbandaka. (é só ver no mapa...) Com 4 anos, os pais mandaram-no para Portugal, onde viviam os avós, mas internado em colégios internos, (designadamente no Moderno, fundado pelo pai de Mário Soares).
Passaria ao "regime de liberdade" em 1962, dois anos após a independência do Congo, que deu como consequência a vinda de seus pais.
Saíu do ensino liceal, passou pela Machado de Castro e pela António Arroio, mas começou a trabalhar antes de terminar qualquer curso, pois cedo ambicionou independência económica e liberdade da tutela paterna.
Começou na Telecine Moro, produtora de filmes publicitários, no Departamento de Desenho Animado, onde trabalhou como Intercalador, ou seja - e usando as suas próprias palavras: "o gajo que faz os desenhos intermédios para a animação". Os seus mestres foram Artur Correia e Ricardo Neto.
Passou para a Agência Portuguesa de Revistas, onde trabalhei com Carlos Alberto Santos e outros e outros cujo nome não recorda e onde conheceu "um puto da minha idade" - como ele diz, referindo-se ao António Martins (Expresso, Grande Reportagem, etc.)
Cansado de passar o tempo a colar legendas no Mundo de Aventuras e tendo poucos encargos para desenhar, um ano após passou para a publicidade.
A seguir entrava para o serviço militar, embarcando para a guerra colonial de Angola (Nambuangongo) como radiotelegrafista, especialidade que afinal não era usada pelo menos naquela zona. Mas libertou-se da manipulação da G3 passado um mês, porque foi requisitado para Luanda, ingressando na 5ª Repartição da tropa, vulgo Acção Psicológica, fazer cartazes, “flyers” e folhetos. Ocupou o lugar que, duas comissões antes, fora preenchido pelo cartoonista Augusto Cid. Daí a ter começado a colaborar na revista Notícia, foi um passo. Paralelamente, dava uma perninha de Disc-Jockey no Calhambeque, boite então muito voga. Em casa, fazia pequenas animações de filmes publicitários para a Angola Filmes, estando previsto ir fazer um estágio a Itália ou ao Brasil, a fim de se montar um estúdio de cinema a sério em Angola.
Ao terminar o serviço militar continuou em Luanda, entrou para a agência de publicidade Edima, onde fiquou até 1975. "Ali fiz de tudo", conta agora em exclusivo ao Buraco da Fechadura, "desde maquetista, arte-finalista, fotógrafo, enfim, pau para toda a obra".
Retornou e, segundo as suas palavras, "montei uma pequena indústria, muito caseira de peças decorativas em feltro, para bebés, com formas de bichos, (as mamãs guardavam dentro os pijaminhas das criancinhas)...Neste entretanto começou a desenhar ilustração para a Globo (hoje Impala). Entrou para os quadros da empresa e esteve dois anos e meio a paginar a Nova Gente e a fazer uns bonecos para a revista humoristica, Rite-Ri-te, após o que voltou à publicidade (Jotaeme, Abrinício, J.Walter Thompson e Cox).
Há 10 anos estabeleceu-se por conta própria como empresário de serviços no âmbito social.
sábado, dezembro 31, 2005
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
1 comentário:
Hummm, hummm, hummm... o Zé tem mesmo um nariz assim??? :)))
Enviar um comentário