sábado, junho 28, 2008

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Entre Canadá e Leiria

Fanzines de Mário Teixeira
Quando o inverno aperta por lá, regressa à aldeia de Barreiros, na freguesia de Amor, às portas de Leiria.

Mário Teixeira é um dos aderentes do projecto FECO-Portugal

Vem sempre com o sonho de ficar por cá, conseguir uma colaboração periódica num jornal português e estabilizar. Mas o melhor que por cá consegue é dar continuidade às artes que aprendeu com o pai, artes que nada têm a ver com isto dos desenhos, pois de carpintaria se trata.

Nos tempos livres vai editando e divulgando os seus fanzines e consolidando o seu estilo de humor, que já tem cunho pessoal, um cunho que se caracteriza pela retratação dos rídículos da nossa sociedadezinha medíocre protagonizada por ídolozecos da treta que se governam por gabinetes de ministérios e secretarias de Estado, conselhos de administração, consultorias manhosas e outras poucas vergonhas.

O Mário Teixeira depressa se desencanta, porque de cada vez que cá chega verifica que fora utópico o seu sonho sempre repetido de que as coisas haveriam de ter melhorado por estas lusitanas bandas. E faz as malas. E compra bilhetes para a família. E vai. Até ao inverno seguinte, quandom o sonho (outra vez utópico?) se reacende.

Para ampliar, basta clicar sobre a imagem
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Embora tivesse os seus desenhos referenciados, eu não conhecia o Mário Teixeira, mesmo residindo aqui ao pé da terra que passou a ser dele por via do casamento. Coisa estranha, este desconhecimento, embora habitual nestas leirenas terras, pois só há uma semana conheci pessoalmente o Sérgio Claro, igualmente cartoonista leiriense.
Um país em que os seus caricaturistas não se conhecem entre si, mesmo quando são vizinhos, tem de ser um país triste.
Um país onde os caricaturistas querem publicar os seus desenhos e não têm maneira de o conseguir, tem de ser um país ainda mais triste.
E viva o fado. Choradinho.
Zé Oliveira

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