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Tertúlia BD de Lisboa
Diplomado pelo Geraldes Lino
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Calhou-me a mim, na primeira Terça de Agosto, a homenagem que o Geraldes Lino presta mensalmente, no Parque Mayer, a um autor de Banda Desenhada.
Se é certo que não considero que o trabalho que desenvolvo no mundo gráfico seja essencialmente de BD, reconheço que com alguma frequência recorro à narrativa sequencial para elaborar um cartoon. Isto é: não raro, os meus cartoons são curtas histórias contadas em duas vinhetas ou mais, por vezes meia dúzia. E por aí me tenho ficado.
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Uma BD qualquer dia ou nunca
Numa perspectiva de que estas tertúlias podem extravasar para além do universo de cultores e servir também para angariação de novos entusiastas ou remoçamento de entusiasmos adormecidos, convidei dois companheiros que tive na guerra colonial: o Fernando Hipólito e o Abílio Henriques. Foram ambos interlocutores incansáveis com o Zé Manel, cujos desenhos no Jornal do Exército muito lhes suavizaram os longos dias do leste de Angola. Lembro-me de, há 40 anos, o Fernando Hipólito me confessar a sua grande admiração para com o virtuosismo do traço e do humor de Zé Manel. Admiração que eu partilhava e mantenho.
Aqui está o diplomante (de bigode) e o diplomado (de cabelo no ar)
Dá cá Diploma, toma lá Caricatura
A organização, simples, foi muito eficaz e dinâmica. Enquanto se ia jantando, o Geraldes Lino distribuía fanzines e folhas volantes recheadas de material vinculado ao tema. E nessa linha de distribuição entrou o fanzine autobiográfico que preparei, editado mediante preço de favor da loja Copiola, de Leiria.
Como se sai disto?
Quando me coube dizer duas tretas, falei da situação difícil que atravessa a Caricatura portuguesa, designadamente da tentativa de esvaziamento da sua força crítica. Criou-se algum diálogo com os tertulianos, do qual retenho uma pergunta: "como é que se sai disto?" Como sou fraquíssimo na cozinha, não adiantei nenhuma receita milagrosa. Mas debitei umas considerações acerca da necessidade de as gerações mais jovens tentarem encontrar soluções que nos proporcionem uma imprensa de conteúdos mais sólidos ("de Conteúdos", como, tout court, dizia um tertuliano), também no humor.
Zé Oliveira
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