domingo, março 23, 2008

J. M. Varona “Che” escreve em memória de um amigo
El Keto, um humorista versátil

Foi-se-nos Daniel Aparici Traver, Daniel Traver Griñó, Daniel Aparici, Danielo, State Keto, El Keto -que por todos esses era conhecido - às cinco e meia da tarde do passado dia 17. O desenlace ocorreu em Castellón, no Hospital de La Magdalena onde Daniel havia sido internado -entre outras - por uma doença cardíaca.
77 anos incompletos
El Keto nascera na capital de la Plana em 2 de Abril de 1931 pelo que estava quase a cumprir 77 anos, e desde muito pequeno demonstrara inclinação pela arte de que não se escapou, vindo a ser colaborador da Editorial Valenciana e principalmente da Editorial Bruguera, mas antes de dedicar-se exclusivamente a desenhar e a pintar, chegou a dedicar-se à talha em madeira, tendo aos 16 anos montado a sua própria oficina onde primeiro desenhava e depois esculpia. Também por sua conta - mais tarde ajudado pela sua filha mais velha, montou uma agência d publicidade. Nessa altura, criou o jogo de acrtas “Toros de mesa”, que seus filhos estão a pensar relançar
.
El Keto por José Orcajo
Passagem pela Warner

Por altura dos anos 50, criou alguns trabalhos para a Editorial Valenciana relacionados com a segunda guerra mundial e contendo uma trama amorosa, não em registo de humor, mas sim recorrendo a uma linha de desenho sério; nessa época assinou como Daniel Aparici. Posteriormente, no final dos anos 60, deu um importante passo incorporando as suas creaçõesem revistas como DDT, Pulgarcito, Din-Dan, Tío Vivo e outras publicações da Editorial Bruguera nas quais deu vida a personagens como Batistet y Olegario asistentes sanitarios, O Tonto da aldeia, O Extraterrestre 1x2, Sam Bory e Telesforo garimpeiros de ouro, Plácido etc. assinados com o pseudónimo State Keto. A pafrtir da referida editorial, contactou com a norteamericana Warner BROS para a qual desenhou Bucha e Estica, Pepe Rápido, Porky, Leão Melquíades, Sam, Bugs Bunny…
Caricaturar Juan Carlos em 1972
Desenhou também para a imprensa (em Mediterráneo e outros jornais). Foi ilustrador de Hostal Lolita, a novela vencedora do I prémio Armengot. Desenhou igualmente para a revista El Cochinillo Feroz e durante algum tempo, para o diário Marca onde teve problemas por causa de uma caricatura que dedicou ao então príncipe Juan Carlos que se deslocara às Olimpíadas de 1972 - nessa altura, para passar despercebido, assinava como Danielo - mas apenas passou despercebido perante os responsáveis do jornal, não perante a Casa Real.
Desenho de 1972, alusico a Juan Carlos (assinado Danielo, para dissimular)
Publicou o livro “La historia de Castellón a través del humor” e também foi publicado o seu conto “El mon de mite”.
Cartões de Boas Festas e papéis de embrulho
Por alturas dos anos 70/80, El Keto desenhou para a empresa Subirats Casanova uma quantidade de cartões de Natal e papéis de embrulho que, além de se venderem muito bem em Espanha, se vendiam igualmente noutros países, particularmente na América hispana.
Acrílico e aguarela


Álém do desenho de humor, El Keto também se dedicou à pintura -em particular ao acrílico e à aguarela- com ótáveis êxitos. A sua primeira exposição ocorreu em 1971 nas Galerías Porcar. Em 1975 e na Pérgola de Castellón, decorreu a festa da Cruz Roja –na qual Daniel expôs- para angariar fundos para a dita instituição. Daniel seleccionou uma série dos seus quadros para esse fim. Castellón, sua terra natal, acarinhou os seus trabalhos (seis exposições em uma década), o mesmo acontecendo em Barcelona onde a sua obra foi exposta em três ocasiões e, de igual modo, em Valência por duas vezes. A última foi em 2007, na galeria Estudi de Villarreal.
Longa lista de prémios

Nos anos 80 consagra-se como aguarelista e desenhador, com vários prémuios conseguidos: Menção Honrosa em 1986 na II Bienal Internacional da Aguarela de Barcelona, segundo prémio -Madrid 1987- no Certame Internacional de desenho Rafael de Penagos, Menção Honrosa em 1988 no III Certame Nacional de Aguarela José Segrelles de Albaida. Em 1989 consegue o prémio Martínez Lozano e em 1991, o prémio Carmen Barrios. Em 1994 obtém o segundo prémio na I Bienal de Aguarela Villa de Monistrol. Nos anos 90 a sua obra foi exposta na galeria Takashimayae na Feira Internacional –Tokio 1992- T.I.A.S. Art Show Jarumi do Japão e em França, em 2005, na galeria Lee del Barrio Latino de París. Tem obra repartida por vários museus.

Daniel Traver Griñó também pintou murais, desenhou cartazes e participou, geralmente de forma desinteressada, numa infinidade de actividades artísticas na sua Castellón natal.
Associado da FECO
De igual modo, tomou parte – pela mão da FECO, a asociação internacional de humoristas gráficos a la que pertenecia- , en numerosos eventos celebrados em Espanha e fora dela. Importante foi a sua participação nas Muestras de Humor Social de las Universidades de Alicante, que o honrou com o título de Notário do Humor, e de Alcalá de Henares que o nomeou professor honorífico de Humor Gráfico. Para EL MUNDO criou a capa do número especial das festas da Magdalena do ano 2000. Em toda a sua actividade, desenvolvida em 45 anos de convivência - em especial nestess últimos difíceis anos-, é justo assinalar o apoio incondicional que Pepa, sua esposa, proporcionou a El Keto.

Ingrato coração

Desde há algum tempo, Daniel vinha sofrendo de problemas de tipo cardíaco que haviam limitado –embora não eliminado- a sua actividade, os quais se foram agravando até ao extremo de acabar com a sua vida.
Um dia depois do seu falecimento, ocorreu na sua Castellón uma homenagem multidisciplinar com a participação de autoridades, gente do mundo da arte, meios de comunicação, amigos e familiares. No dia seguinte (dia 19) sua familia e um grupo de amigos acenámos-lhe o último adeus no cemitério novo de Castellón. Descanse em paz.

J. M. Varona “Che”
Março 2008

2 comentários:

Anónimo disse...

D.E.P.

Anónimo disse...

También falleció el guionista Rafael Azcona (D.E.P)