quinta-feira, novembro 24, 2005

Banegas dá três para o Buraco




Justificação:Prometi que editaria ontem ou ante-ontem alguns desenhos dos autores cujas fotografias aparecem abaixo. Mas a verdade é que continuo com míngua de tempo e, por outro lado, possuía estas magníficas imagens de actualidade recebidas de Banegas (das Honduras) que todos os dias se desactualizam um pouco mais. Por isso dei prioridade aos desenhos deste bom amigo.

Nota final: Fizeste falta este ano no Encontro de Caricaturistas de Alcalá! Mas todos compreendemos; a família Banegas aumentou recentemente e os filhos estão primeiro!

Zé Oliveira



Marisa Babiano estreia-se no Buraco da Fechadura

Este cartoon necessita de uma explicação: Em Alcalá de Henares (Madrid), em cujo diário sai hoje, a sua autora Marisa Babiano g(l)osa um tema de actualidade da cidade, que se resume assim: descobriu-se que um padre abusou sexualmente de uma menina entre os três e os 13 anos da criança.
Este lamentável episódio sugere uma pergunta: O problema sexual da Igreja é a homosexualidade?

domingo, novembro 20, 2005

Os Três Mosqueteiros mais Varela


Estes são quatro dos muitos caricaturistas do mundo latino-americano que estiveram na inauguração da Exposição Internacional de Caricatura (tema: "Segurança Rodoviária")
Da esquerda para a direita:
- Jorge Arranz (de Madrid e autor do cartoon que foi seleccionado para capa do catálogo (e ao mesmo tempo Revista Quevedos) da axposição
- Arturo Yepez (de Porto Rico)
- Máximo (de Madrid; autor de um cartoon diário em El País)
- Varella (portugês do Porto, carago! Últimos jornais onde publicou: Jornal de Notícias e Comércio do Porto)

Lá para Segunda-feira editarei um desenho de cada um deles.

sábado, novembro 19, 2005

Yepez "na cadeia"

Do lado de lá destas grades iria inaugurar, no dia seguinte, a grande Exposição Internacional de Caricatura (subordinada ao tema "Segurança Rodoviária" e na qual sou um dois portugueses representados com um desenho cada).
Arturo Yepez, caricaturista de Porto Rico e muito curioso, decidiu ir à volta, entrando pela porta de serviço, para dar uma espreitadela de ante-estreia. E, quando eu ia a passar num dos pátios do Palácio Cisneros, a caminho da Residência de Santo Ildefonso, onde todos dormíamos, ouvi o Yepez a gritar-me do lado de lá desta porta com grades, fazendo uma blagge teatral: "Zé! Tira-me daqui! Devolve a liberdade a este pobre caricaturista preso!"

...não lhe devolvi a liberdade, mas fotografei o grito pungente.

Porém, no dia seguinte e metendo o bedelho num grupo de turistas que visitava o Palácio, ouvi a guia explicar que, no século XVI, quando o palácio era a Universiadde Cisneriana, do lado de lá daquelas grades funcionava a cadeia para os estudantes e professores que se portassem fora dos eixos.

Quem diria, Yepez! Ontem à noite, e sem o saberes, não fizeste mais do que recriar um quadro verdadeiramente histórico! Documentado com fotografia!

Zé Oliveira


Encontro de Caricaturistas em Alcalá de Henares


Patamar de entrada

...é uma vergolha a falta de assistência que tenho dado aqui ao Buraco da Fechadura!
A escassez de tempo explica metade da omissão, mas a outra metade é mesmo desleixo. Um desleixo a que não é alheia uma certa preocupação de colocar aqui as coisas com algum sentido editorial; e eu regressei recentemente do Encontro Iberoamericano de Caricaturistas, em Alcalá (Madrid), no qual participei poucos dias após ter estado em Cuenca (e de Cuenca dei aqui notícia). O Encontro de Alcalá forneceu matéria de sobejo para carradas de posts, com destaque para o Concresso de Caricaturistas que ocorreu dentro do Encontro, mas a verdade é que, passado o tempo oportuno para colocar essas coisas "mais sérias", decidi mostrar aqui umas tretas mais apressadas. Como por exemplo esta caricatura que fiz para o Arturo Yepez.

O Yepez

Nos Encontros de Alcalá, promovidos pela Fundación General de la Universidad todos os anos reencontramos amigos (e companheiros de risco) e fazemos novas amizades.
O Arturo Yepes (cuj tamanho de nariz não garanto, pois é maior do que desenhei) é um destes últimos casos. É o primeiro caricaturista costa-riquenho que conheço pessoalmente.

Um dia destes, mostro-vos a caricatura que ele me fez.

Zé Oliveira







quarta-feira, novembro 09, 2005

Uma ideia minimalista (a introspecção!...) de Tute

Quando o Buraco da Fechadura tinha estaminé no charco do batráquio, Tute era um dos colaboradores que mais regularmente nos enviava a sua colaboração.

Depois, devido ao meu afastamento das terras lusitanas por duas semanas e aos afazeres acrescidos que encontrei quando regressei
(trabalho... trabalho... trabalho... uma nova aventura gráfica que está a ser gratificante mas me consome o tempo todo!...), devido a isso tudo, descuidei a manutenção aqui do blog. E daí resultou que ainda tenho "na gaveta" algum material do Tute para entrar (designadamente uma interessante nota biográfica que cheguei a julgar perdida) e tratarei de vos servir, com a regularidade possível.

Os leitores desculparão e Tute também.

Banegas tem site renovado

www.dariobanegas.com é o endereço da página web deste nosso dedicado Amigo e companheiro de risco. A página de Banegas já não é recente, mas apresenta-se agora ainda mais convidativa através de um rejuvenescimento que a torna de visita obrigatória.
Visite www.dariobanegas.com e deixe lá (e aqui, já agora...) um comentário acerca do excelente trabalho do mais npotável caricaturista hondurenho.

terça-feira, novembro 08, 2005

Zé e Varela em Cuenca



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Cuenca é uma cidade empoleirada sobre uma das margens do pequeno Canion que termina poucas centenas de metros adiante, embora já venha de trás, desde alguns quilómetros a montante, onde até se pode visitar a chamada "Cidade Encantada", uma treta que me disseram não ser mais do que meia dúzia de malitos calcários iguais a tantos que há em plena paisagem antes e depois, embora ali seja necessário pagar (três euros, se a memória não me atraiçoa) para ver. Não entrei, nem entrou o meu amigo (e companheiro de risco) Onofre Varela, que aqui aparece envergando uma t-shit que ele próprio desenhou (edição limitada) para uma iniciativa do Púcaros Bar (do Porto).
Como na altura não tinha metralhadora, foi com a máquina fotográfica que o nosso companheiro de risco JLCabañas disparou sumariamente contra nós.

domingo, novembro 06, 2005

Em Cuenca, Zé Povinho "é" D. Quixote




Não estranhem que este meu desenho
(já vosso conhecico, desde os primeiros tempos do Buraco aqui no Blogspot)
que este meu desenho represente o Cavaleiro da Triste Figura e seu escudeiro Zé Povinho caminhando para a direita quando no livro/catálogo (que aqui estou a autografar) aparecem a caminhar em sentido contrário. Afinal, em qualquer altura é altura para actualizar um cartoon!...
Isto ocorreu em Cuenca, no passado dia 11.
Na foto (disparada pelo companheiro de risco José Luis Cabañas) aparece a responsável municipal pela cultura de Cuenca.

sábado, novembro 05, 2005

...dificuldades... dificuldades... dificuldades...

...não consigo colocar o texto acerca das declarações de Moncho Alpuente (abaixo) com a configuração desejada. Que chatice!
Vou mas é dormir!...

Os caricaturistas já começaram a assaltar o poder


...por brincadeira, já tenho apresentado o dr. Osvaldo de Sousa como "ministro português da Caricatura". E já aconteceu o interlocutor ficar suspenso de uma dúvida momentânea: "será que lá, em Portugal, eles têm mesmo o... ministério da Caricatura?!...
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Em Espanha, a coisa já esteve mais longe! O ministro da Justiça, D. Juan López Aguilar é caricaturista! Já uma vez dei nota disso, quando o Buraco da Fechadura era no outro charco. E hoje apresento-vos o desenho com que o ministro participou na exposição colectiva (em que também participei) que inaugurou no passado dia 11 em Cuenca e vai ser mostrada (em cópias de alta qualidade) simultaneamente em mais cinco cidades da região.
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...os caricaturistas já estão a começar a tomar o poder! É o começo da reabilitação do Mundo!

Finalmente, notícias de Cuenca


O Buraco da Fechadura parou um bocado no tempo, porque isto de ter estado duas semanas longe de casa acarretou várias consequências: aglomeração de trabalho e... quebra da rotina que esta coisa dos blogs exige.
Como se lembram, coube-me a tarefa de ir dizer "umas coisas" numa mesa rectangular (chamavam-lhe redonda, porque nuestros hermanos são um bocado distraídos e não repararam nas esquinas...) "dizer umas coisas" que, de um ponto de vista português, tivesse algo a ver com o humor de D. Quixote, já que a iniciativa decorria em Cuenca, uma preciosa cidade que é Património da Humanidade e fica ao lado da Mancha, mais ou menos a meia distância entre Madrid e Valência.
Com Fer (da revista Jueves) sentado à minha esquerda e Moncho Alpuente (da revista El Cochinillo Feroz) à direita, lá deixei a minha visão do contraste entre a capacidade do sonho acalentada pelo ícone D. Quixote e a incapacidade disso por parte do ícone Zé Povinho, o tal que compra aos pescadores espanhóis peixe pescado em Portugal. A preço de concorrência, porque eles são subsidiados para pescar e os nossos pescadores não são.
Da conferência de imprensa dada momentos antes do início da mesa redonda, com a TVE e a Rádio Nacional de Espanha (e a CNC, televisão regional) a recolher os nossos depoimentos, o Diário de Cuenca (um dos dois diários da cidade) "apanhou" estas declarações (ao fundo do recorte reproduzido):
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«José António Fernández (Fer)
Humorista gráfico
"O humorista realça o tonto dos temas sérios e o sério dos temas tontos"
José António Fernández, mais conhecido no mundo do humor gráfico como Fer, destacou as qualidades humorísticas de Cervantes reflectidas em D. Quixote. Para ele, um bom humorista é aquele que sabe realçar os aspectos tontos dos temas sérios e ao mesmo tempo assinala os aspectos sérios dos temas tontos. Fernández falou também durante a sua intervenção acerca do uso do humor como refúgio do medo. "Uma reacção inata do ser humano que se lhe manifesta desde os primeiros meses de vida", explicou. O humorista defendeu, na sua intervenção, um modelo de vida baseado no humor.»
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«José Oliveira (Zé Oliveira)
Humorista Gráfico
"Parte do humor da obra radica no ridículo, na sátira, até na humilhação"
O humorista gráfico José Oliveira considera que o humor em D. Quixote resulta de uma mescla de aspectos que fazem ressaltar o ridículo da situação ou da façanha. Neste sentido, dá como exemplo a contradição de um homem débil, sem forças, como era D. Quixote, que contudo se atreve a lutar sozinho contra moinhos (gigantes). A loucura é outra das componentes que dá humor à obra, embora alguns episódios possam inclusivamente chegar a comover o leitor, considera o humorista português».
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«Moncho Alpuente
Jornalista, escritor e humorista
"A indústria cultural não valora como deveria os produtos de humor"
O jornalista, escritor e humorista Moncho Alpuente criticou ontem [11 de Outubro] a indústria cultural afirmando que esta continua a não valorar como devia as criações humorísticas. Em relação à obra universal de Miguel de Cervantes disse que catalogá-la como obra humorística não significa retirar-lhe valor algum, bem pelo contrário, devido ao complicado do género. "entre a realidade (o que acontece) e o utópico (o que gostaríamos que acontecesse) há que colocar um colchão de humor ". Um cochão que, segundo Alpuente, é El Quixote na obra de Cervantes».
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Bloco de notas
1 - A minha participação na iniciativa, que se insere na comemoração do 4º centenário da primeira edição das aventuras do "Engenhoso cavaleiro D. Quixote de La Mancha", decorreu de um convite emitido por uma Empresa Pública criada para assinalar a efeméride. Nós por cá... somos capazes de criar uma coisa do género para... organizar um campeonato de futebol. Cultura? Cultivamos os nabos, alimentando-os com estrume que colocamos debaixo da terra, que é onde os nabos enfiam a cabeça (como o avestruz).
2 - O programa das comemorações inclui, entre outras iniciativas, uma exposição de caricatura subordinada ao tema (claro!) D. Quixote. Participaram, com um desenho cada, 45 caricaturistas convidados. Todos espanhóis menos eu, vá-se lá saber porquê. Mas há um deles , de seu nome Juan López aguilar, que é nem mais nem menos do que... o ministro da Justiça de Espanha!
Bom, ainda é apenas um. Mas já é um bom começo! Quando todos os ministros, primeiro-ministro e Presidente da República (e deputados, já agora!) de um país qualquer forem todos humoristas, a vida nessa santa pátria será de certeza mais divertida e mais justa!
(Estou com dificuldades em colocar o desenho do ministro; tentarei num post seguinte)
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Abraços
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Zé Oliveira