sexta-feira, junho 30, 2006

Quiné deixou-nos há um mêsDentro e fora dos palcos, era o Quiné. Embora o seu BI o identificasse por Joaquim Manuel Martins de Oliveira.
A notícia chegou-me completamente inesperada desde a redacção do "Jornal de Leiria": o Quiné deixara-nos no começo dessa manhã. Há precisamente um mês.
Como não me é fácil chorar, desenhei as minhas lágrimas neste desenho, que foram 'Os Corvos' dessa semana nas páginas do "Região de Leiria".
Chegaram a chamar-lhe um dia, a toda a largura de página do "Diário de Leiria", o 'Último Dinossauro do Teatro de Leiria'.
Dinossauro ou não, foi um gigante dos palcos. E ainda maior gigante na vida.
Um incondicional Amigo da Caricatura. Ou não fosse ele um mestre da Caricatura em palco; por isso me parece que a máscara da Comédia foi das duas a que mais chorou, no dia em que caíu o pano na vida do Quiné.
Eu disse "um amigo incondicional da Caricatura" e tenho de recordar a disponibilidade e a alegria imediatas com que se disponibilizou (e ao seu grupo) para ir animar, com umas rábulas, o espaço de uma das Festas da Caricatura da Lousã, salvo erro a penúltima.

Faz hoje um mês que o Quiné saiu de cena.
Só hoje me atrevo ao despudor de mostrar aqui o desenho que saíu n'Os Corvos por altura da sua saída de palco. E confesso que hesitei em publicar este desenho no espaço de humor do jornal, porque em Portugal não existe esta tradição de homenagear em sede de humor a partida de pessoas que foram importantes para a sociedade, coisa que em Espanha (por exemplo) se faz frequentemente. Mas fiquei tranquilo quando comecei a receber os vários testemunhos de apreço que me chegaram acerca deste desenho.

Partiste há um mês, Quiné. E ainda me parece mentira!...
Zé Oliveira
Duas de Ferreira dos Santos

A crónica crítica sem papas na língua
Salão de BD de Barcelona
Por J. M. Varona “Ché”
(Tradução, títulos e intertítulos da responsabilidade de Buraco da Fechadura)
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Como em anos anteriores decorreu o Salón Internacional del Cómic de Barcelona, de 8 a 11 de Junho.

Entre as novidades assinalamos o aumento das exposições (chegaram ao dobro), duas delas dedicadas à guerra civil española, intituladas La Guerra de Papel e La Jaula de la Memoria, outra evocativa do Capitán Trueno (que em Portugal se chamou Capitão Trovão) cujo 50º aniversário se cumpriu em Maio passado, conforme divulgámos desenvolvidante no Buraco da Fechadura, e várias mais nas quais se expuseram desenhos de Raquel Alzate, Luis Royo, Miguelanxo Prado, Carlos Giménez e David Lloyd, além de uma última que decorreu fora do recinto do Salão consagrada ao ilustrador nortea-mericano Hill Sienkiewicz.



Comunidades

Outra das novidades consistiu na incorporação de um stand dedicado à Comunidad de Madrid, que este ano foi a primeira convidada. Nas próximas edições ir-se-ão incorporando as restantes comunidades espanholas.

Muitos foram os profissionais convidados pelo Salão, designadamente: David Lloyd, Kyle Baker, Jacques Loustal, Dave Gibbons, Jean Claude Mecieres, Guy Delisle e Vittorio Giardino. Alem das editoras com stand próprio na Feira, entre outras: Astiberri, Dolmen Editorial, Ediciones B., Ciruelo-Arte Fantástico, Ediciones Glenat, La Cúpula, El Jueves, Norma, Planeta-DeAgostini e as valencianas Ficromic, Gotham Cómics e Edicions De Ponent, convidaram uma série de desenhadores que dedicaram uma parte do seu tempo a autografar (com desenhos incluídos) as suas Bandas Desenhadas, compradas no Salão pelos bêdéfilos. Foi o caso de Juanjo Guarnido, Pedro Rodríguez, Raquel Alzate, Angel Puigmiquel, Carlos Giménez, Purita Campos, Victor Santos, Sergio Córdoba, Sergio Bleda, Alfonso Figueras, Fritz, Ken Nimura, Carla Berrocal, Rafa Fonteriz, Kim, Azagra, Mariel, Horacio Altuna, J.L. Martin, Oscar, Vizcarra, Jan, Max, Pablo Auladell, Miguelanxo Prado, David Ramirez, Luis Royo, Daniel Torres etc.. Também tiveram stand próprio as associações AACE e APIC, o Salón del Cómic de Granada, algumas escolas de desenho, a emisora COMRadio e a revista DIBUS.

Presente, o ministro-caricaturista

A actividade do Salão completou-se com uma boa quantidade de mesas redondas nas quais tomaram parte prestigiados profissionais do desenho, guionistas, escritores, críticos, historiadores e até políticos como foi o caso do ministro da Justiça López Aguilar que, além de político, exerce a actividade de humorista gráfico, conforme Buraco da Fechadura tem divulgado.

Anuário de Banda Desenhada

Durante a manhã do dia 9, teve lugar a apresentação do "Anuario de la Historieta: 2005" editado pela AACE (Asociación de Autores de Cómic de España) que, segundo afirma, aparece com o objectivo de fazer o balanço do que aconteceu no mundo da Banda Desenhada em Espanha. Os apresentadores foram o valenciano de adopção Sergio Bleda presidente da Asociação e director do Anuário, Pedro L. López o novo secretário e Álvaro Pons coordenador de articulistas.

De igual modo, o humorista Buenafuente apresentou a revista BF editada por El Jueves Ediciones.

BD e memória histórica

Entre as mesas redondas mais interesantes, cito a do dia 10 às 11 da manhã que versou sobre o tema: A recuperação da memória histórica, com intervenções dos espanhóis Dolors Genovés, Gabriel Cardona, Juste de Nin, Miguel Gallardo, Antonio Martín e o italiano Vittorio Giardino. Uma parte do tema girou em torno do trabalho de Martín na sua condição de comissário da exposição La Guerra de Papel e do desenhador Giardino que neste momento está a trabalhar numa série sobre a guerra civil espanhola, cuja acção decorre integralmente em Barcelona. Usou-se frecuentemente a palabra imparcialidade, mas dava a impressão de que se voltava a caír na tentação de recorrer aos tópicos de sempre, segundo os quais os bons eram apenas bons e os maus só maus quando a realidade - pelo menos para aqueles que, pela sua idade, estiveram mais próximos da contenda - se tratou de uma guerra cruel na qual se derramou muito sangue inocente de ambos os lados, algo para esquecer e não para revolver continuamente e menos ainda de forma interessada. Em certa altura, houve alguns vencedores que puxaram a brasa à sua sardinha. Agora temos outros vencedores que estão a fazer o mesmo; por minha parte, de cada vez que há ganhadores pelo meio, fico com a pulga atrás da orelha; até penso no possível perigo que corro de que me insultem ou agridam por ter opinião diferente ou por não afirmar aquilo que é politicamente correcto.

Torre de Babel

Considerações aparte, nesta mesa, pelo menos para mim, testemunhámos uma situação insólita (eu diria kafkiana), que não ocorreu em nenhuma outra mesa redonda, nem em reuniões, nem na entrega de prémios, nem nos corredores, nem nos stands, nem nos ateliers do Salão e nem qualquer outro dos sítios onde estive presente; nem sequer na rua, onde todos foram amáveis com os que chegávamos de outras partes de Espanha e de fora de Espanha. Acontece que Vittorio Giardino falou, como era de esperar, em italiano, soltando de quando em quando algumas expressões em espanhol (idioma que em parte conhece), mas em todos os casos as suas alocuções foram traduzidas exclusivamente em catalão, o que evitava -creio - que o próprio autor se inteirasse se o que havia dito estava bem traduzido. E por outro lado, que ficassem esclarecidos todos os demais, procedentes em grande maioria de outras regiões espanholas e de fora de Espanha. Como se não bastasse (alguns disseram-me que compreenderam melhor escutando em italiano do que com a tradução em catalão) a intervenção de outros (não todos) desenrolou-se exclusivamente no dito idioma (alguns em plano obssessivo); inclusivamente houve perguntas feitas em castelhano que tiveram respostas pouco misericordiosas em língua catalã, o que provocou, para além da falta de compreensão, que farte das pessoas se aborrecesse por achar inconcebível que aquela situação ocorresse numa cidade em que os jornais, na sua imensa maioria, se editam em castelhano e num Salão que deixaria de existir se o que ali se oferece estivesse escrito, quase 100 por cento, nessa mesma língua. Pobre futuro o da Catalunha se o sectarismo chegar a apoderar-se dessa comunidade. Por sorte, todavia, existe o "seny català" que é o que mais abunda, graças ao qual a maioria dos que ali vamos nos sentimos muito gostosamente nesta região irmã; pensoque quem realmente acredita na catalanofobia são aqueles que recorrem a atitudes extremas, não o povo vulgar e simples, que em geral manifesta um belo comportamento.

Igualmente nesta jornada teve lugar uma reunião oficial para diagnosticar a situação da BD em Espanha e como melhorá-la. Nesta reunião participaram representantes de várias associações profissionais; assim como Carles Santamaría, o novo director do certame e três deputados das Cortes. Pela AACE participou Sérgio Bleda.

Capitão Trovão

Da parte da tarde entrevistei o hispano-argentino Horacio Altuna, após o que tive oportunidade de saudar e trocar impressões com a senhora Armonía Rodríguez esposa de Victor Mora, que, juntamente com outros especialistas, haviam desenvolvido o tema ‘El Capitan Trueno: a força de um mito’.

Também estive presente na mesa redonda que versou sobre: BD continental e transatlântica, na qual intervieram os desenhadores Dave Gibbons, Jacques Loustal, Miguelanxo Prado e Toni Guiral. Foi uma das reuniões mais simpáticas e desenrolou-se no melhor dos ambientes.

Os premiados do Salão de BD de Barcelona (acompanhados de Ché, à direita, autor desta reportagem)


Entrega de prémios

À noite, no Hotel Catalonia Plaza decorreu a anual entrega de prémios, também num belo ambiente, com presença de profissionais, meios de comunicação e autoridades. Sobre os prémios, houve divisão de opiniões; alguns pensavam que havia autores que estavam mais que "revelados" e que alguns prémios de certo modo se repetiam. De resto, tudo bem. No que todos estivemos de acordo foi na atribuição do Grande Prémio do Salão ao extraordiário desenhador Víctor de la Fuente.

Disfarçados de heróis

Os bedéfilos confirmaram o êxito do Salão acorrendo em massa (muitos deles disfarçados de personagens de BD, o que já é uma tradição dos salões) principalmente na tarde de sexta-feira, sábado quase todo o dia e com repetição no doming, mas tudo dentro da ordem; longe ficaram os "engarrafamentos" a que nos tinham habituado no velho recinto da Estación de Francia.

A Comunidade Valenciana esteve representada com alguns stands, entre eles os de Gotham Cómics, Edicions de Ponent e Ficromic; também pelos desenhadores Sergio Córdoba, Rafa Fonteriz, Sergio Bleda, José Lanzón, Josep de Haro, Víctor Santos, Sebas Gil, María José Minguez e Ché. Também estiveram presentes o editor Antonio Busquets e o guionista Carlos Climen, alguns dos quais deram autógrafos e desenharam em determinados stands.

J. M. Varona "Ché"
Junio 2006

segunda-feira, junho 26, 2006

Ilha, segundo Ferreira dos Santos É preciso dizer duas coisas: que António Ferreira dos Santos (António para os amigos) é arquitecto, portanto com uma sensibilidade especialmente apurada para as questões do urbanismo. E que vive no Porto, onde se chama ilha àquilo que em Lisboa se designa por bairro de lata (mais coisa menos coisa).
(Óh António, se eu disse algo errado, por favor corrige-me!)
A crónica regional de Zé Oliveira ...saíu há mais de uma semana no Região de Leiria, mas publica-se hoje aqui.

domingo, junho 25, 2006

A crónica nacional de Zé Oliveira
As crónicas internacionais de Banegas


À atenção de Bruno Taveira
Baba de Camelo de Ferreira dos Santos O António Ferreira dos Santos pegou na deixa de Bruno Taveira e criou a sua própria receita de... Baba de Camelo.

Repara, Bruno, que o Ferreira dos Santos condimentou a receita com um pouco de... piripiri! Deu-lhe um sentido crítico, que é uma coisa que a baba de camelo - perdão! - que o cartoon deve ter sempre.

Ao generalizar, metendo todos os políticos no mesmo saco, o cartoon do António é politicamente incorrecto? Talvez pareça. Mal iríamos (pior iríamos...) se na realidade todos os políticos fossem camelos e se todos se deixassem seduzir. Mas, como é sabido, o exagero é uma prerrogativa do caricaturista!

Repara, Bruno, na subtileza do Ferreira dos Santos ao falar de sedução! Ele usou o sentido figurado, jogando com o duplo sentido que o termo contém.

Zé Oliveira
Figo, por Gon
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Pela primeira vez para um caricaturista
Prémio Jornalismo para Banegas
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Darío Banegas, um dos colaboradores mais assíduos de Buraco da fechadura, recebeu recentemente o Prémio de jornalismo ‘Ventura Ramos’ otorgado pela Casa Presidencial das Honduras na cerimónia das celebrações do dia do Jornalista Hondurenho. É a primeira vez que, naquele país da América Central, um caricaturista recebe esta distinção, habitualmente reservada para os editorialistas, avaliados por um júri que integra ministros do governo do presidente José Manuel Zelaya, que entregou pessoalmente o pergaminho a Banegas, no palácio ‘José Cecilio del Valle’, sede do poder executivo.
Na cerimónia, Banegas proferiu um discurso memorable em que afirmou que "desenha a caricatura de um país a que roubaram o sorriso".
O presidente Zelaya enalteceu a pessoa e a obra do artista a quem honrou pelo seu patriotismo, pela profundidade da sua mensagem e pela sua independência. Aplaudiu também as palabras em que o caricaturista disse que "não necesita de prémios para sentir-se comprometido" com os valores que defende através dos seus desenhos no diário La Prensa.

.......O pergaminho afirma que "o Presidente da República, José Manuel Zelaya Rosales, otorga o prémio ‘Ventura Ramos’ ao caricaturista Darío Banegas em reconhecimento pelo seu trabalho valente e objetivo no campo da comunicação social".








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Foto 1: O presidente Manuel Zelaya
entrega o pergaminho do prémio ‘Ventura Ramos’ a Darío Banegas no palácio presidencial de Tegucigalpa.


Foto 2: Darío Banegas discursando.


Foto 3: A família e o presidente. Da esquerda para a directa: a mãe do caricaturista e o irmão Júlio, o presidente Manuel Zelaya, o filho mais velho Ángel Darío, a esposa de Banegas, o homenageado com o seu pergaminho e seus irmãos Gustavo Adolfo e Carlos Maurício.


Foto 4: Banegas conversa animadamente com o presidente.



quinta-feira, junho 22, 2006





Homenagem a Osvaldo de Sousa

Texto do homenageado

No acto inaugural do XX Salão Nacional de Humor de Imprensa, fui surpreendido por um gesto que me sensibilizou, e comoveu bastante. .Os "Cartoonistas amigos" ofereceram-me o "Óscar Português", ou seja um Zé Povinho numa reprodução da Fábrica de Raphael Bordallo Pinheiro, tal como podem ver nas imagens. .Esta Homenagem prende-se com o aniversário de 25 anos de actividade como Produtor de exposições e eventos de Humor Gráfico. .A primeira exposição que organizei, aconteceu em 1981(na Casa de Mateus - "Stuart Carvalhais - Vinte anos após sua morte"), e desde ai organizei mais 3 centenas de eventos, como podem ver na listagem que já publiquei neste blog. .Naturalmente quem esteve por detrás desta acção foi o sempre activo, sempre amigo, sempre disponível, sempre atento à vida, o Zé Oliveira (na foto, de camisa às riscas). .Um Cartoonista que tem sido responsável por muita da dinamização e divulgação desta arte que insiste que eu, Osvaldo de Sousa é que tenho feito coisas. .Naturalmente fez com que os outros se associassem a este seu gesto que muito orgulho me deu. .Só que este gesto deles não foi inocente, já que me quiseram prometer manter-me ao leme destes eventos por mais 25 anos. .Como sempre disse, eu organizo os eventos, se tiver apoio das Câmaras (coisa bastante difícil, porque infelizmente os políticos desta terra raramente têm sentido de humor, raramente tem sentido cultural, raramente aceita a critica democrática), e principalmente se tiver o apoio dos humoristas gráficos com a colaboração de trabalhos (algo que também não é fácil. .Os nossos artistas queixam-se muito por falta de oportunidades, por falta de meios para mostrarem seus trabalhos, porém quando lhes enviamos regulamentos normalmente esquecem-se. .É mais fácil arranjar trabalhos de artistas estrangeiros, do que de artistas nacionais. .De todas as formas gostaria de apresentar aqui o meu apreço por tão gentil gesto dos Cartoonistas Amigos.

Conteúdo (intervencionado) extraído de http://humorgrafe.blogspot.com
Herói está cinquentão
AMBRÓS, PAI DO
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CAPITÃO TROVÃO
por J. M. Varona “Ché”




Cumpriram-se, a 14 de Maio, os 50 anos da publicação (em Espanha) da primeira aventura do Capitão Trovão, como ficou conhecido em Portugal El Capitán Trueno, publicado em língua portuguesa a partir de 1929.
Trata-se de uma das mais conhecidas e mais apreciadas personagens de banda desenhada, que teve como pais Víctor Mora como autor literário e o valenciano Miguel Ambrosio Zaragoza (mais conhecido por Ambrós) como criador artístico.

Sobre a vida do Capitão Trovão têm corrido rios de tinta, especialmente nesta altura em que, a peropósito do seu cinquentenário, têm ocorrido homenagens em sua honra, a mais recente das quais ocorreu em Barcelona no passado dia 23 de Março (com a presenta do guionista Víctor Mora, de Francisco Ibañez autor de Mortadelo y Filemón e da esposa de Mora, a señora Armonía Rodríguez autora de EL GRAN LIBRO DE EL CAPITÁN TRUENO acerca do qual correram rios de tinta.

Ao mesmo tempo, trabalha-se noutra homenagem a cargo da Asociación Cultural Andaluza Colectivo De Tebeos (com direcção do incansável Diego Cara) que tem prevista a publicação de um catálogo numerado de 1 a 300 (será uma obra muito cuida), para além de outros 50 exemplares que serão entregues a um grupo de autores (entre os quais me encontro) que criaram um desenho com a sua versão do citado herói.

Quando se fala de Capitán Trueno (Capitão Trovão), é obrigatório falar de Ambrós, o desenhador que lhe deu vida e o manteve em cena durante muitos anos, período que os especialistas consideram o melhor da série (que sobreviveu, com um punhado de outros autores, entre 15 a 20, depois de Ambrós, farto de sofrer a tirania que a editora exercia sobre ele, ter proclamado a estafada frase até aqui, chegámos!.

Miguel Ambrosio Zaragoza Ambrós nasceu em Albuixech (Valência - Espanha) a 31 de Agosto de 1912 embora outras fontes refiram 1913.

Desde muito jovem demonstrou muito interesse pelo desenho (recorda que quando era um garoto que mal caminhava, já sujava com carvão as paredes de sua casa). Perante isso. O seu pai matriculou-o, aos 13 anos, na Academia de Desenho San Carlos, que frequentou durante algum tempo. Mas não conseguiu entusiasmar a familia nem os professores, o que levou o seu pai - que não previa que o filho pudesse ganhar a vida a desenhar - a recomendar-lhe que tirasse um curso de magistério, coisa que fez. E exerceu como professor, até à chegada da guerra civil, altura em que se alistou no exército republicano.

Uma vez acabada a guerra, por motivos políticos e por falta de motivação, não quis continuar com o ensino, preferindo integrar-se na equipa familiar que se dedicava à agricultura, actividade que exerceu durante seis ou sete anos.

Com o passar do tempo, acabaria por lamentar-se, já que, pensava ele, se sempre havia gostado de desenhar, deveria ter-se dedicado a isso desde o primeiro momento.

Considerava que, por não ter feito assim, havia perdido metade da sua vida em actividades que não granjearam proveito, nem à sua pessoa nem a ninguém.

Mais tarde, por volta de 1944, desfolhando umas revistas de El Guerrero del Antifaz que eram do seu irmão mais pequeno, sentiu que continuava a gostar de desenho, pelo que preparou uma história de banda desenhada de índios e cowboys ao estilo da época (com capa a cores e tudo) e com ela debaixo do braço marchou ao encontro do sr. Juan B. Puerto, dono de la Editorial Valenciana, que ao ver aquilo lhe pediu que criasse algunas histórias de tipo humorístico, coisa que Ambrós (então Ambrósio, como inicialmente assinava) fez e conseguiu que fossem publicadas.

Como, segundo ele, não sabia desenhar, propuseram-lhe que ficasse na editora como legendista. Acerca disso, o próprio Ambrós conta um episódio que se passou com o desenhador Grau, que um dia se lhe apresentou e disse: Estes da Editorial Valenciana sempre a colocar dificuldades em publicar coisas às pessoas e repara no que acabam de editar.Grau ficou muito encavacado quando o próprio Ambrósio lhe disse que aqueles desenhos infames eram seus. E para o tirar do embaraço, acrescentou que aqueles desenhos não só eram infames, como eram um desastre.

Passados dois anos e visto que os seus acordos com a Editorial Valenciana não se viam coroados com o êxito que esperava, Ambrós com trezentas pesetas no bolso e 33 anos de idade foi à conquista de Barcelona. Uma vez ali, ilustrou uma história intitulada Dois Yanquis em África e com ela foi à Editorial Hispanoamericana onde não elogiaram o seu trabalho.

Mas ele não desistiu. Foi à Editorial Bergis, para quem acabou por fazer um par de revistas que não lhe pagaram. De seguida, foi mostrar as suas coisas na Gerplá, a editora que naquela altura publicava Florita y El Coyote, onde encontrou uma boa pessoa, o senhor D’Oc, que não lhe deu demasiados ânimos ao mesmo tempo que lhe dizia que com 33/34 anos e com tanto desaire em cima, lhe iria ser difícil viver do desenho. Mesmo assim, convidou-o a ir a sua casa aonde acorriam vários desenhadores que o orientaram e encorajaram a ir visitar as editoras Ayné e Grafidea (que necessitavam de desenhadores), coisa que fez. Ayné aceitou-lhe umas historietas cómica para a para a revista Chispa. Com a Editorial Grafidea, foi melhor; pode dizer-se que encontrou ali a mudança da sua vida. Estavam a necessitar de um desenhador para realizar uma série intitulada El Caballero Fantasma cujo guionista era também valenciano, Federico Amorós, um dos maiores do momento. Não sabemos por que motivo, mas a verdade é que o encarregaram de ilustrar o guião escrito pelo citado Amorós (com enfado não dissimulado deste, que se queixava de que lhe havia juntado um principiante) sobre a dita personagem, inspirada no Zorro. Fez uma primeira revista, entregou os originais e começou a preparar uma segunda, que depois de pronta levou à editora, convencido de que seria a última tarefa que lhe entregavam, mas, para sorte sua, disseram-lhe que continuasse, pois o primeiro número publicado tinha sido um êxito. Ambrós que seguramente os seus desenhos não eram bons, mas tinham muita vida e sem dúvida por isso tinham agradado aos jovens.

Continuou com esta personagem até que não demoraram a comunicar-lhe que teria de o abandonar, visto que a Editorial Saturno tinha antes publicado uma BD com esse título desenhada por Sangar e com guião de Alcañiz.

Teve de matar o Caballero Fantasma criando em seu lugar El Jinete Fantasma (acompañado de Crispín um rapaz que desejava vingar o seu patrão) que ainda se vendeu melhor. Decorria o ano de 1947. Dessa série publicaram-se 164 números que com a assinatura de Ambrósio. Depois continuou até 1955 desenhando as aventuras de Chispita, que era filho do anterior.

Ambos acreditava que naquele período da Grafidea tinha aprendido a desenhar de verdade mas cansou-se deles, entre outras coisas porque o dinheiro que ganhava não era suficiente para viver. E contactou a Editorial Bruguera para a qual começou a ilustrar a colecção La nave del Tiempo com guiões de Vidal Sales, de que se publicaram 10 revistas, em suplemento de Pulgarcito. E para a mesma editora ilustrou livros de aventuras, entre eles Los Tres Mosqueteros e passado algum tempo, puseram-lhe nas mãos (parece que por sugestão do guionista) a personagem que o catapultou à glória: o mítico Capitán Trueno (Capitão Trovão, em Portugal), baseado num guião que havia sido escrito pelo guionista Víctor Mora inspirado no Príncipe Valente de Harold Foster.

Guionista e desenhador puseram mãos à obra e, em 14 de Maio de 1956, apareceu nas bancas a primeira banda desenhada da colecção Dan que levava o título ¡A sangre y Fuego!.

A série foi um êxito desde os primeiros números, tendo chegado a tiragens de 350.000 exemplares, números nunca conhecidos até essa data. Tal êxito levou a Editorial Bruguera a converter em semanal a periodicidade das edições, que até aí eram quinzenais, sem nenhum tipo de piedade para com o autor, que era submetido a um diabólico ritmo de trabalho, que o mantinha numa constante tensão que não conseguia diminuir nem com a ajuda do desenhador Beaumont que se encarregava de passar a tinta o desenho a lápis de Miguel Ambrósio (que quando o realizava todo, utilizava pincel).
Manteve-se assim uns tempos, mas aconomicamente acabava por não lhe compensar, até que Ambrós disse Basta! e em 1960 poisou a caneta abandonando a Banda Desenhada depois de ter realizado o nº 175 da série de Trueno. A editora viu-se obrigada a contratar outros desenhadores. Ao longo do tempo, essa tarefa foi desenvolvida por cerca de 20 profissionais. Que certamente fizeram o que puderam e um pouco mais, mas não conseguiram alcançar o grau de aceitação que teve o trabalho de Ambrós, que todos consideram a melhor etapa de Capitão Trovão.

Com parte do dinheiro ganho, Ambrós fez as malas e foi até Paris, com a intenção de triunfar em França como pintor. Mas não demorou em compreender que o que pretendia não era fácil (além de que a vida de um emigrante era duríssima e carregada de uma solidão insuportável.

Assim, com menos trocos do que os que levara, regressou em 1964 de novo a Espanha, a Barcelona, onde esteve bastante tempo sem fazer nada, porque entrava em pânico só de pensar em regressar ao desenho, mas sabia que teria de viver e voltou à Editorial Bruguera onde, depois de afastar a hipótese de continuar com o Capitán Trueno, cujas vendas estavam a baixar, aceitou desenhar episódios para a Colección Historias (Rin Tin Tin e Tarzán) e ilustrou novelas gráficas que a editora publicava. Mais tarde, em Setembro aceitou desenhar de novo aventuras de El Capitán Trueno que apareceram apenas em três números de uma edição Trueno Extra. Também desenhou um par de bandas desenhadas de Billy The Kid para o Reino Unido.

Em 1965 Ambrós deixa de novo a Editorial Bruguera porque se sente mal tratado; cada vez lhe dão menos trabalho e ainda por cima mal pago e desagradável, pelo que decide - depois de tantos anos - regresar à Editorial Valenciana para quêm realiza um bom número de trabalhos, principalmente com guiões de Federico Amorós e Pedro Quesada que se publicaram nas revistas Roberto e Pedrín Extra e Jaimito. Já em 1968 e juntamente com Quesada e Amorós criaram o semanário Héroes del Deporte e a revista de western Los Colonos; esta colaboração durou até 1971.

A pesar de tudo voltou nesse ano à Bruguera para dar vida a El Corsario de Hierro, uma nova personagem criada pelo guionista Víctor Mora, com que se sentiu muito satisfeito, e que se publicou na revista Mortadelo. Esta nova série também alcançou um grande êxito que durou até 1981, altura em que Ambrós decide retirar-se. Dizia que estava nos setenta anos e que se sentia muito cansado, pelo que ia abandonar tudo.
En 1983 abre uma excepção para desenhar uma só aventura de El Capitán Trueno, expresamente para la Historia de los Cómics editada pela Editorial Toutain. Em 1987 realiza as capas e pósteres para novos episódios desta personagem que publicou Planeta De Agostini.

Em 1986 recebe o primeiro prémio HAXTUR para o autor que mais amamos.

Em 1989 o Salón del Cómic de Barcelona concede-lhe o Grande Prémio pelo conjunto de sua obra.

Acerca do trabalho de Ambrós, têm havido muitas opiniões, umas mais favoráveis e outras menos, inclusivamente há um momento da sua vida em que lhe disseram que todos o consideram o melhor desenhador español de banda desenhada e ele, muito humildemente, contestou que não, mas por outro lado sim, aceitava, que os seus desenhos tinham toda a vida do mundo, que é o que apreciam os jovens, para quem verdadeiramente desenhava. Víctor Mora disse dele em 1991 que era o melhor desenhador de BD e quem melhor tinha interpretado o que ele pretendia dizer. Outros acrescentaram que Miguel Ambrosio apesar dos seus muitos anos mantinha perfectamente vigentes todas a qualidades e atractivos da sua forma de desenhar, que lhe garantiram um lugar entre os grandes da BD de todos os tempos.

Ambrós, por pressões das editoras, submeteu o seu corpo a um endiabrado ritmo de trabalho, o que, juntamente com a sua grande afeição ao tabaco, afectou o seu coração, ao ponto de enfraquecer a sua saúde, que com o passar do tempo se foi requebrando mais e mais. Até que, a 30 de Septiembre de 1992, deixou de existir Miguel Ambrosio Zaragoza, mais conhecido por Ambrós, considerado um dos desenhadores espanhóis com mais aceitação no mundo da Banda Desenhada. Os que amamos esta profissão ( a de desnehador) e os que amamos e temos amado a BD/comic, sempre o teremos em nosso pensamento.

Valência, Maio de 2006

quinta-feira, junho 15, 2006




Em breve: notícias de Banegas
Amanhã: Os 50 anos de Capitão Trovão
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Um balde de Baba de Camelo para Bruno
O Buno Taveira conta que a ideia para este cartoon lhe surgiu quando foi ao aeroporto levar os pais que partiam de férias para a Tunísia.

Óh Bruno, eu não quero enganar-te dizendo que esta ideia está bem achada, porque na verdade está muito longe de ter humor - desculpa a crueldade destas palavras. Não estamos perante um cartoon, estamos sim perante um comentário displicente que não possui carga crítica nem sequer um pouco de ridículo. Não satiriza nada nem ninguém nem contém ironia. Também não é um exemplo daquilo a que os espanhóis chamam "Humor Branco", porque lhe falta uma ambiência de non-sense bem resolvida ou, no mínimo, uma certa graciosidade gráfica.
Aconselho-te a leres atentamente bons livros de cartoon e de técnicas gráficas para produzir humor. E, ao mesmo tempo, tens de cultivar a tua argúcia e a tua percepção de todas as circunstâncias sociais (inclusivé políticas) que te rodeiam.
O cartoonista é um jornalista. Um cartoon é uma crónica (mas uma crónica bem mais difícil de elaborar do que uma crónica escrita).
Um cartoonista tem obrigação de escrever tão bem como um jornalista da palavra. Ou escrever melhor, porque ao redactor... o revisor corrige os erros; corrigir erros ao cartoonista é mais complicado, por se tratar de erros desenhados. Peço-te outra vez que não te zangues, mas um cartoonista não pode escrever "TRÁS-ME" num balão. Mal vai este país, quando um estudante do ensino superior ou equiparado - um estudante que já deu aulas - tem dificuldade em escrever os tempos do verbo trazer. E a culpa maior não é do estudante.
(E é num país assim, que vamos assistir à avaliação dos professores feita pelos pais das criancinhas, sejam eles minimamente capazes ou pura e simplesmente analfabetos... Mas isto é outra conversa...)

Zé Oliveira
De Carlos Rico
Desde o Brasil
O "mapa" da blogolândia da BD

O brasileiro Bruno Cruz é o editor do Guia de Histórias em Quadrinhos Projeto SobreSites - O Diferencial Humano. Isto dito assim parece complicado, mas para conhecer melhor basta clicar aqui: http://www.sobresites.com/quadrinhos/blogs.htm
Em declarações ao Buraco da Fechadura, Ivo explica que Pensei em criar um Guia sobre Histórias em Quadrinhos com o objetivo de ajudar nas buscas feitas por todos nós, que sempre queremos aprender mais sobre o assunto, mas ficamos dispersos entre infinitos sites, nem sempre confiáveis.
E acrescenta: Agradeço toda e qualquer indicação que vocês possam me dar, pois nosso site estará em constante atualização.
Buraco da Fechadura já espreitou e recomenda.
Inaugura no dia 17 de Junho, pelas 17h no Palácio Ribamar em Algés o XX Salão Nacional Humor de Imprensa 2006. O ANO DE MAOMÉ Quem ama não teme. Quem acredita não treme. Quem conhece não duvida. ...........Por muito escárnio que uma gargalhada possa transportar, nada abala uns alicerces bem construídos, nada incomoda quem tem fé. ...........O problema é dos que fingem, e não passam de casulos vazios, de máscaras sociais. .......... Do ano de Cervantes / Bordallo, parece que passamos para o ano Maomé, mantendo a espiritualidade, perdendo a seriedade. .......... Neste ano de 2006, graças a diversas manobras de diversão bem manipuladas, o Cartoon, a liberdade de pensamento e de expressão ocidental foram postas em causa. .......... .Uma conquista de séculos de luta é posta em causa por meia dúzia de bandeiras queimadas, por manifestações de pedintes contra o ocidente, ao mesmo tempo que estão desejosos de vir viver nesse ocidente herético. ...........Mas, o mais grave, não é essas manifestações de arruaceiros, nem as ameaças de terroristas islâmicos, mas sim o oportunismo de políticos de ideias duvidosas que se aproveitam da confusão para pôr em causa direitos inalienáveis. .......... A tolerância é a chave de todo e qualquer filosofia religiosa, e quem crê está acima de qualquer dúvida socrática. .......... Matar é que é heresia, não rir. .Pelo riso, pela dúvida metódica é que nos conhecemos, é que nos descobrimos da alma ao corpo, do materialismo à espiritualidade. .......... .Com o humor despertamos para a realidade dos céus e da terra, dos paraísos e dos infernos. .......... .Quando todos soubermos rir uns com os outros, a começar de nós próprios, das nossas crenças e descrenças; das nossas dúvidas e certezas; das verdades e mentiras dos guias espirituais (que são tão humanos e frágeis como nós)... então poderemos que temos na verdade Fé no céu e na terra, que nos amamos como somos, que atingimos o Nirvana do conhecimento religioso. .......... .Só quem sabe rir poderá acreditar em Deus e nos Homens. .......... .O Cartoonista / Humorista não é um guia espiritual. .......... .Não tem a certeza divina, nem a verdade demoníaca. .......... .Não é nenhum sacerdote de qualquer religião, apenas um instrumento da inteligência humana, com um prisma sobre-humano de desmascarar a farsa quotidiana. .......... .Ele é um instrumento, não ao serviço de heresias, apenas uma consciência ao serviço dos Homens descrentes. ,......... .O Cartoonista / Humorista tem a ingrata missão de estar sempre desperto para a realidade; sempre de sobreaviso contra demagogias / hipocrisias; de ser o crítico Sério nesta paródia trágico-cómica da sociedade contemporânea. .......... .Pretender calar o humor é pretender calar a consciência; cegar o rei zarolho na terra de cegos... .......... .Que Maomé, Jesus, Jeová, Alá... iluminem a inteligência destas pobres caricaturas que rastejam na terra, e que lhe ensinem que o sorriso é a redenção de qualquer alma, de qualquer depressão... façam o favor de sorrir, s.f.f. .......... .Com tudo isto acabamos por nos esquecer de muitas outras heresias políticas, essas sim pecados que nos infernizam a vida, mas que os cartoonistas vigilantes acabam por nos atirar à cara com suas tartes de natas. .......... .Desfrutem pois esta antologia do melhor que foi publicado durante o ano de Cervantes / Bordallo - 2005, que para o ano talvez possamos mostrar as do ano de Maomé. .......... .Talvez, porque hoje em dia nada é seguro, pois neste vinte anos de antologias, de distribuição dos Prémios Nacionais de Jornalismo Gráfico-humoristico já vimos e vivemos de tudo. .......... .Temos procurado dar sempre o melhor de nós próprios, se esse melhor não é o suficiente para manter a qualidade exigida pelos artistas e pelo público, nada mais podemos fazer que ir embora.. ......... .Em relação à autarquia de Oeiras só temos de agradecer o seu total apoio ao longos dos últimos 16 anos, porque sem ela, este evento à muito que tinha morrido.

Este texto é uma cortesia de http://Humorgrafe.blogspot.com . Não está assinado, mas creio que não é indelicado divulgar que é escrito por Osvaldo Macedo de Sousa.


Um comentário muito breve
Osvaldo Macedo de Sousa ombreia desde há 20 anos com o Salão de Caricatura e desde há 25 com acções de investigação, produção e edição em prol da arte da Caricatura.

Não é só de agora, esta nuvem negra que fica no ar depois de lido um texto dos seus. Desde há uns anos a esta parte, Osvaldo tem dado mostras de cansaço numa peleja nada fácil, numa peleja em que nem sempre temos sido todos a acompanhá-lo, eu incluído, (mea culpa).

É certo que as nossas vidas são cada vez mais preenchidas e difíceis, mas um pouco mais de atenção, uma palavra de estímulo de vez em quando, a nossa presença nos eventos, talvez sejam "pormenores" que tenhamos negligenciado frequentemente. Eu incluido (mea culpa).

Apesar do que acabo de dizer, quero acreditar que este manifestado desalento do Osvaldo é, uma vez mais, fruto do cansaço, nestas vésperas de Salão. E quero acreditar que daqui a umas semanas ele andará de novo por aí, estrada acima e abaixo, numa azáfama que a todos nós aproveita. Quero acreditar nisso, mas vou prometer que farei um pouco por isso: com um pouco mais de atenção, uma palavra de estímulo de vez em quando, a minha presença nos eventos.

Um abraço para o Osvaldo.
Zé Oliveira

domingo, junho 11, 2006

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Brevemente, aqui no Buraco, mais uma colaboração de José Maria Varona (Ché): Os 50 anos de Capitão Trovão


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Guantanamo segundo Piedecausa Paco Piedecausa é especialista em cartoons de intervenção, mas as suas paellas não se ficam atrás! Ou não fosse ele um valenciano assumido.

Chamamos a atenção do leitor para a inscrição que aparece à esquerda, por cima da porta. Trata-se de um trocadilho difícil de traduzir, mas que se entende perfeitamente: Aguanta al amo.
Pontilhismo de Bruno Taveira O Bruno Taveira continua na sua procura de uma linha pessoal. Óptimo esforço, para um jovem como ele. Desta vez, criou um desenho pela técnica do pontilhismo (aglomeração de pontos) como também faz o Paulo Fernandes, um nome de referência nessa técnica.
Continua, Bruno.
A crónica gráfica de Alberto Ferreira